Revista Prado acadêmico

A escrita científica é uma habilidade muito importante na vida acadêmica, principalmente no ensino superior, mas deve ser praticada desde a educação básica. Quando apresentamos o “mundo da pesquisa” para os estudantes do ensino fundamental, ou mesmo da educação infantil, é possível ver o encanto dos pequenos com as descobertas e com as possibilidades que se apresentam. Desde as experiências mais simples, que envolvem vulcões de vinagre e bicarbonato de sódio, até as explorações da natureza, que culminam com olhinhos encantados visualizando células no microscópio pela primeira vez, estamos trabalhando a pesquisa científica com os alunos.  Neste processo inicial, mais prático, aproveitamos a curiosidade que é tão natural nas crianças para apresentá-las ao universo da pesquisa. Com o passar dos anos, vamos apresentando outras camadas desse universo e, aos poucos, eles vão tendo a oportunidade de se familiarizar com os procedimentos e rigores de pesquisa. A cada nova experiência, os estudantes aprendem quais caminhos podem e não podem ser seguidos, aprendem o passo a passo que permite que eles realizem suas investigações com rigor e método.  É tarefa da escola, também, apesar do rigor e do método, promover oportunidades para que aquele encantamento inicial com o “vulcão que transborda” se mantenha aceso nos estudantes. As famosas feiras de ciências, Multifeira, no caso do Sinodal, têm este propósito: motivar os alunos a pesquisarem, escolhendo os temas que os encantam, mas de forma criteriosa, com o passo a passo da pesquisa científica. Esse regramento criterioso será muito importante nas pesquisas futuras, para que elas tenham credibilidade e possam, de fato, contribuir para o mundo em que vivemos.  Na Multifeira, os estudantes têm a oportunidade de comunicar os resultados de suas investigações para a comunidade escolar, para seus familiares, amigos e colegas. Muitos experimentos são expostos ao público nas apresentações dos projetos, assim como os artigos científicos que resultam dessas investigações.  Com o propósito de aprimorar a escrita científica, parte tão importante do processo de pesquisa acadêmica, oferecemos, na terceira série do Ensino Médio do Colégio Sinodal, o componente curricular de Pesquisa e Produção Acadêmica. Como produto do trabalho dos estudantes neste componente, temos a Revista Prado Acadêmico, na qual reunimos os artigos produzidos por nossos estudantes em 2024.  Esta é a primeira edição, em que artigos sobre temas variados estão reunidos, contando sobre as pesquisas dos alunos, mas também um pouco sobre cada um deles e sobre seus interesses. Esperamos que esses artigos encantem também os leitores da Revista. E venham muitas outras edições pela frente! Boa leitura!

Não há satisfação maior para um professor do que ver as capacidades dos estudantes com os quais trabalha materializadas em pesquisas, exames, opiniões etc. É como um processo que, depois de passar pelas devidas partes, encontra o seu fim. Ressalto, aqui, o duplo sentido: o fim, como conclusão, e o fim, como finalidade. Vê-los em plena atividade intelectual, acionando seu repertório cultural adquirido ao longo de sua jornada na escola consiste, por isso, não só no fim de um processo, mas na possibilidade de ver a própria educação – como domínio humano – manifestar-se. Os artigos que compõem este primeiro número são o resultado de um trabalho conjunto desenvolvido ao longo do ano de 2024, na disciplina regular de Pesquisa e Produção Acadêmica, realizada no Colégio Sinodal Prado, em Gravataí. Em nosso itinerário, pontuamos sobre as funções da ciência como forma de saber, e consideramos os seus limites e possibilidades. Depois, passamos para o trabalho prático, e estruturamos um projeto de pesquisa científica, visando a produção de um artigo. Por fim, elaboramos juntos artigos que se caracterizaram pela diversidade temática e metodológica. Olhamos sempre para o futuro, para o devir mais próximo, que, de certa forma, já faz parte do presente de muitos destes estudantes que, lá em março, não sabiam bem “o que era pra fazer”, mas que, em novembro, assinavam o seu nome em uma contribuição científica. Surge o primeiro número da revista discente Prado Acadêmico.